quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Ciclo

Através dos séculos, a história se repete. È como um ciclo, uma inevitável repetição dos mesmos fatos. Estamos fadados a assistir os acontecimentos do passado disfarçados com ares de futuro. A moda agora é “vintage”, outro nome pra roupa velha. As músicas mais cultuadas são as de artistas de outras gerações. As revoluções que estudamos são dos séculos passados. Os melhores livros são de outras épocas. As ideologias conflitantes já caíram, mas nenhuma outra surgiu para substituí-las. Nossos representantes no poder são os mesmos de sempre. A aristocracia ainda governa. As lutas e necessidades do povo continuam as de outrora. Resta a insistente dúvida: Quando surgirá algo novo? Somos capazes de mudar? Ainda vale a pena lutar? O ser humano chegou no seu limite?Somos uma juventude sem esperança, sem perspectiva. Vítimas de uma geração que viu seu sonho de mudança, reforma e liberdade real arruinado. No Brasil sobem ao poder esquerda ou direita, tanto faz, e é sempre a mesma corrupção, a mesma deturpação do verdadeiro sentido da democracia. Nossos governantes não representam a grande massa, não governam para o povo. Apenas sugam ao máximo tudo que nós podemos lhes dar. E mesmo assim, nossa população parece estagnada, alienada. Ela prefere assistir a novela, onde no fim tudo se resolve como que por mágica à lutar pelos seus direitos, se informar e cobrar resultados. Cadê nossa cidadania, nosso nacionalismo? Votamos somente por obrigação, não estamos interessados em quem nos guia e orienta. Não conhecemos nossos candidatos, não queremos conhece-los. E eles na sua esperteza, no seu famoso jeitinho brasileiro vão se aproveitando de nossa ignorância, nos conduzindo como uma grande massa sem vontade própria. Nos escondemos atrás do estresse, mal do século, doença que nos impede de pensar demais naquilo que nos incomoda, que nos paralisa. Tomamos nosso remedinho, fingimos satisfação, ignoramos nossas idéias e vivemos por instinto. Inventamos uma felicidade plena, vivemos uma vida de farsas, um teatro de marionetes. Assim o ciclo se fecha, se reproduz mais uma vez, perpetuando essa hipocrisia que insiste em nos rodear.

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